segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Contos espalitados - Grandes poderes

Nos últimos anos tenho criado várias histórias, algumas ficaram só no racunhos e outras
evoluiram um pouco mais hehe
Então a pouco tempo tem encontrei um amigo por aí que desenha muito e ele começou a
desenhar algumas das minhas ideias e isso me deixou mais empolgado a voltar a escrever:D
No último postagem vocês puderam ver um microconto de terror antigo e agora coloco no ar
novamente acompanhando de uma baita ilustração do amigo Eliel Ribeiro e em parceria
com os amigos do Santuíaro,outro conto meu mais antigo, atendendo alguns pedidos
( 2 se não me engano, sem contar minha mãe heheheh)
Espero que gostem:D

Grandes poderes

Ele acordou se sentindo estranho naquele dia, ficou assim o dia todo. Não estava
doente, só estava se sentindo estranho. Na sua casa, seus pais estavam brigando
novamente, isto era rotineiro nas refeições familiares, mas hoje ele não brigava junto.
Ele estava estranho… Se comentasse isto em casa provavelmente as respostas seriam as
mesmas de sempre, são os hormônios da adolescência. “Ele não tem nada, é este o
problema da juventude hoje, se cansam sem fazer nada, ser adolescente é muito
aborrecido nos dias de hoje”, ironizaria o pai, mas ele não lhes falou nada, estava se
sentindo estranho.

Estava comendo quieto, nem ouvia a briga desta noite, seu nome foi citado uma
ou duas vezes, ou mais, mas isto não importava, estava daquele jeito desde de manhã
naquele dia… O que seria? Seu pensamento foi interrompido pela mão pesada de seu pai
em seu ombro. “A culpa da falta de dinheiro é deste vadio, não faz nada da vida e vive
pedindo dinheiro…”, Bom, isto bem que era verdade, ele tinha 17, quase 18 anos e não
fazia nada da vida, só estudava, não ia muito bem na escola, tirava notas azuis, mas não
altas, era como seu pai sempre dizia, um cara médio. A mão do pai no seu ombro
começava a irritar e ele não tirava, estava quieto até agora, porque seu pai tinha que
envolvê-lo na briga?

A mão não saia e sua cabeça começou a doer. Em um acesso de raiva ele gritou.
Houve um momento de silêncio então todos os vidros da casa se quebraram e ele sofreu
um corte na altura de seu cotovelo. Seus pais ficaram atônitos, não falaram nada, mas
seu pai pelo menos soltou seu ombro. Ele levantou da mesa, colocou seu prato na pia e
deixou seus pais ali, quietos e assustados.


Naquela noite ele dormiu bem. Na manhã seguinte ele acordou um pouco
melhor, mas ainda se sentindo estranho. No colégio começou a ouvir vozes. “Coisas da
minha cabeça” pensou ele. Foi para casa ouvindo muitas vozes, como se todas as vozes
do mundo falassem ao mesmo tempo cabeça. Aquelas vozes não paravam, ele já estava
pensando estar louco. Decidiu sair para arejar a cabeça, avisou sua mãe e saiu, quando
deu a costas, a ouviu falando algo, olhou para ela, mas sua mãe continuava
assistindo a novela. Ficou a observando então a ouviu mais uma vez, mas ela não havia
falado nada, será que ele havia lido a mente dela? Não, isto não é verdade, isso era
impossível, não era? Foi para a rua, se ele podia mesmo ler pensamentos, então deveria
testar com outras pessoas.

Não passava muito do meio-dia, as pessoas iam para seus trabalhos. Ele parou ali no
meio da multidão, quando um homem baixo e careca esbarrou nele. “ Estou atrasado, se
não chegar na hora serei demitido.” Seu coração disparou, não podia ser verdade,ele lia
pensamentos! O teste continuou, uma mulher alta e muito bonita passava . “ Será que
meu chefe vai dar encima de mim hoje? Tomara, ele é lindo.”Passou boa parte da tarde
ali testando seu recém adquirido poder mental.

À noite chegou cedo em casa, esperou a janta que desta vez foi pacífica, jantou, olhou
um pouco de televisão e na hora de deitar foi ao banheiro escovar os dentes, fechou a
porta e pensou em pegar a escova. Como por um passe de mágica, a porta do ármario se
abriu e sua escova veio até sua mão. Era bom demais para ser verdade: além de ler
pensamentos ele era telecinético, isso era um sonho. Não, não era, ele estava bem
acordado, lembrou dos vidros se quebrando e foi dormir feliz, iria testar seu novo poder
no outro dia.

Seu dia foi ótimo, ele lia pensamentos e tinha o poder de mover os objetos com a força
de sua mente, o que mais poderia querer? Voar! Ou ficar invisível, imagine entrar em
um vestiário feminino, com todas aquelas deusas nuas? Um sonho!

O dia passou como um raio, à noite foi ao centro da cidade, estava um pouco
cansado, vai ver que seus novos poderes estavam desgastando muito ele, mas não tinha
problema, nada que uma boa noite de sono não resolvesse.

Naquela noite viu que também podia voar, não por muito tempo, mas já era
ótimo. Os deuses só podiam estar do seu lado, senão que outra explicação teria para os
seus novos dons?

A praça estava muito cheia naquela noite, ela sempre lotava na sexta feira. Lá
ele viu o garoto que mais detestava, agora era sua chance: com estes poderes poderia dar
uma lição que ele jamais esqueceria. Chegou perto dele e o chamou. Quando ele se
virou, uma pedra que estava levitando acertou em cheio sua cabeça. O rapaz caiu na
mesma hora, desmaiado. Olhou seu desafeto no chão, deu um sorriso e foi embora.
Estava feliz, queria voar… Começou a flutuar quando sentiu uma forte dor no peito, caiu,
se machucou um pouco, mas estava bem. Precisava descansar, recarregar suas forças.
A dor foi ficando mais forte, chegou à frente de sua casa. As luzes estavam
acesas, seus pais deveriam estar assistindo televisão. Quando chegou à porta ele caiu,
seus olhos fitavam a luz que vinha do quarto de seus pais, seu coração estava parado, ele
estava morto. Seu corpo foi encontrado por sua mãe na manhã seguinte. Ela entrou em
pânico se perguntando por que ele estava ali daquela forma. Ela estava aos prantos
abraçada em seu marido, uma ambulância já havia chego e os médicos não podiam fazer
mais nada, ele havia falecido.

Sua mãe se perguntou por que, mas ela sabia a resposta, estava o tempo todo ali,
mas ela não queria ver. No quarto de seu filho foram encontradas duas seringas usadas,
três papelotes de cocaína e duas pedras de crack. Ele havia morrido de overdose.
“Super heróis” também morrem.

É isso aí paliteiros, espero que tenham gostado.
Comentem aí, podem sentar o pau se não gostaram eheh
Qualquer feedback é válido:)
E não esqueçam de dar um pulo no  Santuário e na galeria do grande
Eliel.
Valeu e até a próxima, que desta vez não vai demorar tanto. :D

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