quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Eu Li: GYO: O Cheiro da Morte de Junji Ito




Bizarro. 

Esta é a primeira palavra que vem a mente depois de acabar a leitura deste mangá de Junji Ito, famoso por suas histórias de terror e suspense como Uzumaki ( que já saiu por aqui pela falecida Conrad) e Tomie.
Uzumaki, série perturbadora que saiu completa por aqui.
Tomie, esta garota é estranha.
Na trama de Gyo (palavra que significa peixe, em japonês) um casal em férias se depara com um fenômeno bizarro: peixes e outro seres marinhos começam a sair da água e perambular pela superfície com pernas, sim, pernas. Junto com os peixes, um fedor similar ao de cadáveres toma o ar por onde eles passam. Logo o casal tem que lutar pela sobrevivência e achar uma explicação para este evento bizarro. 

Tubarão andando pela terra e matando geral. O bicho mais famoso deste mangá.
O Junji Ito tem um traço que é ao mesmo tempo bonito e sujo, e as cenas ganham um ar sombrio naturalmente e neste caso você pode até imaginar o cheiro que esta no ar. Ele consegue fazer uns personagens bem bizarros e assustadores. Algumas cenas que ele desenha são bem doentias e te fazem pensar o que este cara tem na cabeça. :D

Em Gyo, a historia está sempre em movimento, em cada um dos 19 capítulos novos fatos surgem revelando mais sobre o estranho fenômeno que esta tomando todos os lugares. Devo admitir que a explicação não me convenceu, mas isso foi comigo, leiam e me digam o que acharam. 

Depois da história principal ainda tem dois contos curtos, que particularmente gostei bastante.

O primeiro e com menor número de páginas, é "O Triste Conto da Coluna Principal", um conto de humor negro onde o pai literalmente sustenta a casa da família. 

E encerrando o volume está "O Enigma da Fenda de Amigara", que nada mais é que uma fábula doentia onde depois de um terremoto um fenda é aberta em uma montanha e lá aparecem vários buracos com formato humano e as pessoas começam a ir lá para entrar nos buracos que correspondem com eles. 
Fendas na montanha.
Bom, o que mais dizer sobre este mangá?

Gostei, mas não sei se recomendaria para todos. O cara desenha muito bem e as bizarrices dele podem causar um desconforto nos leitores, mas não é bem o tipo de terror que eu gosto. Leiam e tirem suas próprias conclusões.

Cliquem nas capas abaixo e leiam os dois volumes. É curto e dá para ter uma ideia da mente louca do autor, mas já aviso, esta é uma das obras mais tranquilas dele.


E para quem ficou interessado também existe um OVA (Original Video Animation, que consiste em episódios lançados diretamente em video) baseado na história. Digo baseado por que mudaram várias coisas que podem irritar quem já leu a obra.

Cena do OVA.
E aí Paliteiros, conheciam este mangá? Já leram? Vão ler? O que acharam? Comentem aí e vamos discutir sobre as obras do Junji Ito.

Bom, por hoje era isso.

Até a próxima.
E este é o Junji Ito. Olhando tu não dá nada por ele, mas quando vê as obras do cara...



quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Eu Li: Cemitérios de Dragões - Legado Ranger 1 de Raphael Draccon




Sinopse: "Em diferentes pontos do planeta Terra, cinco pessoas com histórias e origens completamente distintas desaparecem por motivos variados e acordam numa outra realidade. Em meio a guerras envolvendo demônios, dragões, homens-leão, seres fantásticos e metal vivo, os cinco precisam compreender os motivos de estarem ali e combater um mal que talvez não possa ser impedido. Este é o mote de Cemitérios de Dragões, o novo romance de Raphael Draccon, que marca a estréia do selo Fantástica. No livro, o autor de Dragões de Éter apresenta uma versão moderna e adulta de um universo inspirado por séries tokusatsu queridas por toda uma geração como Jaspion, Changeman, Flashman, Black Kamen Rider e Power Rangers."

Devo admitir que antigamente tinha um certo preconceito com literatura fantástica brasileira, mas de uns anos pra cá deixei isso de lado, li muita coisa legal e este começo de trilogia está entre estas coisas. Especialmente por ser uma homenagem aos tokusatsu, as famosas série japonesas com super grupos, heróis de metal e afins.

Mas apesar de conhecer os livros do Draccon, minha mãe é fã do cara e sempre me falava dos livros dele, nunca tinha lido nada dele até este me chamar atenção.

Comprei e ele ficou um bom tempo na fila de leitura, então semana passada ia viajar com a esposa e como agora entrei de novo na minha fase de ler livros finalmente peguei ele. E não me arrependi.

Nele somos apresentados a Derek, um soldado do exército americano perdido em uma espécie de caverna de mineração, escravizado por demônios junto com outras raças também presas ali como anões, gigantes e habitantes de Vega; Amber, uma garçonete irlandesa praticante de artes marciais mistas; Romain, um francês mestre em Parkour super irônico e com temperamento explosivo (que achei um baita dum chato), e que junto com Daniel, um hacker brasileiro e nerd, serve como alívio cômico. E ainda temos Ashanti, uma guerrilheira africana nascida em meio a conflitos étnicos em Ruanda, de longe o passado mais sofrido de todos.

Se vocês também são fãs de Changeman e afins, já se ligaram em quem eles vão se transformar depois. :D

A narrativa tem praticamente três pontos de vistas diferentes, que são alternados de capítulo para capítulo. Derek e Amber estão sempre juntos, assim como Romain e Daniel. Já Ashanti é a única entre os protagonistas a passar por sua história quase sozinha, interagindo somente com outros coadjuvantes também interessantes como o príncipe Rogga e Mihos - seu interesse amoroso. 

Particularmente não sou muito fã deste tipo de narrativa e torci um pouco o nariz no começo, mas devo admitir que depois gostei desta dinâmica. Especialmente para conhecer melhor o mundo que eles estão e no suspense que este tipo de narrativa proporciona.

Me surpreendi com os rumos que a história tomou. Esperava algo mais parecido com um Power Rangers da vida, mas não é nada disso. Esqueçam estas séries, elas são homenageadas, mas aqui o negócio é violento. É normal ter vilões com membros arrancados, cabeças explodidas e por aí vai. Isso dá uma nova visão aos nossos heróis de infância. :D 

Outra coisa que achei muito legal são as referências nerd no texto. E olha que não são poucas, vão desde citações de monstros gigantes até a mais óbvia que são as armaduras coloridas. E falando nisso, as armaduras aparecem de um jeito muito legal e são bem diferentes do que vocês imaginam.

Uma que achei muito legal foi a de um certo personagem que vem do planeta Hedin :D Para quem não lembra ou não nasceu nesta época é o mesmo nome do planeta do Jaspion, só escrito de forma diferente. E a descrição da armadura do personagem me lembrou imediatamente o Macgaren, arqui-inimigo do Jaspion e filho do grande vilão da série, Satan Goss.

Macgaren
Ainda falando em descrições, quando os vilões principais aparecem a primeira vez o leitor é capaz até de sentir o cheiro que eles exalam, tamanha a riqueza de detalhes e bizarrice dos personagens. Eles trazem consigo a escuridão e na primeira vez que aparecem é exatamente isso que sentimos junto com os personagens. Pelo menos aconteceu comigo e achei muito legal o autor conseguir passar este sentimento enquanto eu li.

Gostei bastante deste 1º livro, tanto que logo que acabei já peguei o 2º livro e já encomendei o 3º que fecha a trilogia. 

Comecei a ler o 2º e depois do final frenético do 1º achei este começo um pouco devagar, mas ele logo engrena e está ficando bem legal. Assim que acabar a leitura posto aqui.

Recomendo a leitura. Deixem os preconceitos de lado e se aventurem!

E aí Paliteiros, vocês já leram este livro? Pretendem ler? Nunca lerão? Comentem aí, estou atrás de gente para discutir uma teorias.

E só na espera dos robôs gigantes! :D

Bom, por hoje era isso Paliteiros, espero que tenham gostado.

Até a próxima.


Título: Cemitérios de Dragões - Legado Ranger I
Autor: Raphael Draccon 
Ano: 2014 
Páginas: 352 
Editora: Rocco
Compre aqui: Submarino | Saraiva | Americanas | Extra | Amazon

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...