Ganhei um exemplar da minha namorada no natal, mas só consegui ler a pouco tempo atrás e gostei bastante.
Em O Sonhador (The Dreamer), Will Eisner narra a história de Billy Eyron, um desenhista que tem como sonho principal na vida construir uma carreira através dos quadrinhos. A evolução do personagem se confunde com a própria construção da indústria norte-americana durante a era de ouro dos quadrinhos na década de 1930, quando as histórias passaram de simples encadernados de tiras publicadas em jornais até algo independente e que servia como forma de aumentar as vendas.
Cara, a técnica narrativa empregada por Eisner, em todos seus albuns, é um dos melhores exemplos do potencial que o meio tem de contar boas histórias. Não é à toa que o autor é considerado um dos maiores quadrinistas da história, e tem um prêmio importante que carrega seu nome.
Mas para mim uma coisa que prejudica a obra como um todo é o roteiro que, na tentativa de falar de um grande período de tempo, acaba se tornando superficial. Não estou falando que é ruim, mas os acontecimentos que surgem no decorrer da história exigem que o leitor tenha um conhecimento prévio da história dos primórdios dos quadrinhos para entender totalmente todas as referências e situações.
Referências como os plágios feitos de sucessos como Batman e Superman se tornam claras para qualquer leitor, coisa que não acontece, por exemplo, quando o autor fala sobre o fim das revistas Pulp ou o declínio das coletâneas semanais. Infelizmente, a falta de conhecimento sobre tais assuntos acaba por empobrecer a leitura, que pode se tornar confusa para quem entra em contato pela primeira vez com uma graphic novel.
Pensando nisso seria interessante a inclusão de notas de rodapé que ao menos tentassem esclarecer o leitor – algo totalmente inexistente na edição da Devir.
Pensando nisso seria interessante a inclusão de notas de rodapé que ao menos tentassem esclarecer o leitor – algo totalmente inexistente na edição da Devir.
Sempre fico imaginando como seria esta obra se Eisner tivesse ido a fundo naquela época e escrevesse sobre a era de ouro inteira.
Mesmo com estes pequenos problemas, se é que pode se dizer isso, em poucos páginas, Eisner consegue mostrar personagens carismáticos e que nos deixam com vontade de saber um pouco mais sobre suas histórias. Um dos momentos que se destacam é a apresentação dos profissionais que fazem parte do estúdio de onde o personagem principal trabalha, na qual o leitor conhece mais sobre seus sonhos pessoais e motivos para estarem ali. Com várias referências a desenhistas famosos no mundo dos quadrinhos, esta parte mostra que história tinha potencial para bem mais. Tanto que no final perceber-se que ela pode muito bem servir como um prelúdio para a outra graphic novel de Eisner, Ao Coração da Tempestade.
Prefiro bem mais esta capa da edição antiga. |
Mas caso o você não pertença a esse público, existem outras obras do autor que pode mais interessantes para uma leitura inicial. Entre elas, destacam-se Nova Iorque ou Um Contrato com Deus.
Bom, espero que tenham gostado da dica.
Se decidirem ler esta história e tiverem alguma dúvida podem perguntar aqui, sempre pesquisei sobre quadrinhos e vou fazer o possível para responder as possíveis dúvidas que aparecerem. hehehe
Valeu paliteiros, até a próxima.
Bom, espero que tenham gostado da dica.
Se decidirem ler esta história e tiverem alguma dúvida podem perguntar aqui, sempre pesquisei sobre quadrinhos e vou fazer o possível para responder as possíveis dúvidas que aparecerem. hehehe
Valeu paliteiros, até a próxima.
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